Nos próximos dois fins de semana, 14, 15, 20 e 21 de setembro de 2013, o Solar do Jambeiro apresenta o espetáculo teatral "Dias de Setembro", do grupo cearense Cabauêba de Teatro, com texto e direção de Lucas Sancho. A peça, um retrato crítico da relação amorosa e das fragilidades do indivíduo contemporâneo, será apresentada aos sábados às 20h e aos domingos às 19h.

Numa noite de setembro, em seu apartamento, o personagem Henrique tenta escrever uma carta para seu ex-namorado, Eduardo. Uma tempestade separou os dois e após um ano Henrique tenta entender as verdades do amor contemporâneo, esse amor líquido. Ele divide o relacionamento em quatro partes: Início, Paixão, Crise e Fim; e busca nas experiências da platéia obter respostas para suas questões. Porém, uma nova tempestade está se formando e Henrique não sabe ao certo como lidar com ela novamente.

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Em suas memórias construídas juntamente com memórias da platéia, Henrique vai encarado como é amar nos dias de hoje, o que foi perdido e o que pode ser resgatado.

Numa sociedade caótica, onde somos bombardeados por todos os lados, seja por informações, cobranças profissionais ou sociais, pela banalização do sexo e dos valores amorosos, acabamos por pagar um alto preço: A solidão. Esse ser urbano contemporâneo, ao se deparar com tantas cobranças que lhe cercam, vê-se sozinho perante seus questionamentos, levando-o à frustração. A válvula de escape, ironicamente, passa a ser o outro, a pessoa com o qual ele se relaciona. O prazer momentâneo do sexo é um agente que ameniza o caos. Com isso, certos valores acabam sendo devorados no campo do amor.

O espetáculo, inspirado na atmosfera crua e urbana de Caio Fernando Abreu, procura trazer para cena outro tema mistificado pela grande mídia: a homossexualidade. Este aqui representado não como uma coisa descoberta, de primeiro contato, e sim, o cotidiano de uma relação homossexual. Fugindo dos clichês, o autor se propõe a desmitificar conceitos e preconceitos perante o público.

Proposta Cênica





Uma lona vermelha, velas, lápis, papéis, um rádio antigo, um abajur e a platéia. Após o público se acomodar entra Henrique com uma garrafa de vinho e busca num rádio antigo algo que queira ouvir, mas há muito ele já não encontra nada. Pede para que alguém da platéia escolha uma estação. E é a partir do que esta pessoa gosta de ouvir que Henrique inicia a noite.

Essa ousada interação com a platéia é a grande aposta do Grupo Cabauêba neste espetáculo. O espectador poderá escrever parte da dramaturgia, interferir de forma direto no espetáculo, orientando Henrique nessa saga na busca de entender o amor líquido. O protagonista é rico de fraqueza e inconstância sentimental, estando quase sempre à flor da pele, agindo por instinto, por vaidade, por medo, por amor. Quem será vento e quem será tempo? Quem vai bagunçar e quem vai conduzir a cronologia do espetáculo? Quem sairá vencedor? Existe vencedor no amor? O ator é aqui chamado de ator-maestro. Ele terá controle sobre a iluminação, sonoplastia e sua maestria maior vai ser em estar pronto para jogar com a platéia. O improviso será sua grande arma neste jogo.

Grupo Cabauêba

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O Grupo, fundado em agosto de 2001, na cidade de Fortaleza/CE (atualmente com residência artística na cidade de São Paulo), tem como objeto principal de estudo o ser humano contemporâneo urbano, abordando suas carências, crueldades e desejos.

Em 2001 iniciou suas pesquisas em cima de peças de Nelson Rodrigues, gerando os experimentos “A Valsa” e “Nudez da Zona”, porém, o grupo queria ter mais autonomia sobre a dramaturgia que fosse ser encenada, passando a buscar referências na literatura nacional. A partir de 2002 inicia os ensaios de sua primeira montagem “Mistério”, inspirado em contos da escritora Lygia Fagundes Telles. O universo da escritora paulistana permeia as referências do grupo até hoje.

Em 2004 foi vez das letras de Tércia Montenegro, escritora cearense, ganharem leitura teatral. “Linha Férrea”. Em 2005 estreou “Vento Verde”, mais uma vez inspirado em contos de Lygia Fagundes Telles. Já em 2006 o grupo resolve montar “As Meninas”, romance aclamado da escritora, dando a montagem uma nova abordagem, com questões contemporâneas.

Em 2008, o grupo volta a ensaiar todo o seu repertório a partir da poética do Ator Maestro, processo de criação que vem sendo pesquisado por Lucas Sancho desde o final de 2006. Sendo um grupo de pesquisa experimental, o formato do esquete ganhou força dentro dos laboratórios cênicos. Desde 2001, o grupo já acumula um total de 16 esquetes, gerando a coletânea "Réquiem", tendo arrebatado vários prêmios na categoria.


Serviço

Dias de Setembro, teatro
Data: 14, 15, 21 e 22 de setembro de 2013
Horário: Sábados às 20h e domingos às 19h,
Duração: 50 minutos
Classificação: 14 Anos
Ingressos: R$ 20 (meia R$10)

Trilha Sonora: Banda Encarne
Produção: Lucas Sancho
Realização: Grupo Cabauêba de Teatro
Colaboração: Elisa Porto, Aila Rodrigues, Andréa Piol, Davi Sabry, Gustavo Portela e Marisa Paiva

Solar do Jambeiro
Rua Presidente Domiciano, 195, São Domingos
Telefone: 2109 – 2222

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Publicado em 01/09/2013

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