Processo de Tombamento: E-03/2.092/83
Tombamento Provisório: 16/06/1983
Processo INEPAC E-03/2.092/83.
Uso Atual: Museu do Ingá
Rua Presidente Pedreira, 78 - Ingá – Niterói – RJ

Como centro de poder e cultura, o Palácio Nilo Peçanha - mais conhecido como Museu do Ingá - foi lugar privilegiado na formação da identidade fluminense. Setenta e três anos e quarenta e três governadores depois, o palácio transformou-se em museu dedicado à história e às artes do antigo Estado do Rio de Janeiro.

Suntuosa construção em estilo neoclássico, datada de 1860, foi construída para ser residência do médico e político Dr. José Martins Rocha. O palácio foi teatro de importantes reuniões políticas do Partido Liberal do estado, chefiado na época pelo próprio morador.

Após sua morte em 1896, a casa foi vendida ao Visconde de Sande, o industrial português José Francisco Correia, futuro Conde de Agrolongo, que a reformou transformando a casa em imponente palacete, adquirindo móveis e objetos decorativos condizentes com sua situação de próspero industrial. O Palacete Sande, como ficou conhecido, foi o palco de recepções que atraíam a elite da sociedade fluminense da época.

Com a volta do proprietário a Portugal em 1903, o governador eleito naquele ano, Nilo Peçanha, comprou o palacete para ser a sede do governo fluminense a partir de 1904, uma vez que a capital do estado retornava a Niterói após um período em Petrópolis.

Três reformas foram significativas na trajetória do local: a primeira em 1907, quando o arquiteto René Badra remodelou a fachada e o interior; a segunda em 1920, em que se construiram as dependências destinadas à residência dos governadores; e a última em 1967, quando a mansão ganhou uma piscina e um terceiro pavimento.

Tombado em 1983 pelo Instituto Estadual do Património Cultural (Inepac), o amplo prédio impressiona por sua imponente arquitetura preservada e por seu rico conteúdo, seja pelo mobiliário, pela decoração ou pelas exposições. Implantado em centro de terreno, o prédio possui pavimento social sobre porão habitável. O acesso se faz por duas escadas paralelas à fachada lateral, coberta por uma laje de concreto, sustentada por pilares de seção quadrada.

Sua arquitetura possui influências classicizantes e na fachada principal abrem-se cinco balcões em balaustrada de cimento, alinhados aos cinco vãos do porão, todos estes com cercadura em cantaria. No corpo central, um pequeno frontão triangular se eleva, marcando o eixo de simetria. Ao fundo, em cada um dos lados, destaca-se um corpo secundário seguindo a linguagem do corpo principal.

O palácio teve como seu último morador Raimundo Padilha, que foi, também, último governador do antigo Estado do Rio de Janeiro. Devido à fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro em 1975, a capital foi transferida para a cidade do Rio e o palácio perdeu sua finalidade politica.

Dois anos depois, o Museu Histórico do Estado do Rio de Janeiro e o Museu de Artes e Tradições Populares passaram a funcionar no espaço como unidades independentes até 1991, quando se fundiram, passando a ser denominado Museu de História e Artes do Estado do Rio de Janeiro.

O Museu

Muito procurado por amantes da história politica e de suas personalidades, o acervo do Museu do Ingá - vinculado à Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ) - conta com mais de quatro mil itens, distribuídos em diferentes coleções, entre as quais a Coleção Palácio do Ingá, com documentos, mobiliário, porcelana, cristais, numismática, acessórios de indumentária, documentos, fotografias, esculturas e pinturas da antiga sede do governo fluminense; a Coleção Lucílio de Albuquerque, com obras deste importante artista plástico brasileiro; a Coleção Ernani do Amaral Peixoto, com itens do antigo interventor e governador do Estado do Rio; a Coleção Banerj, uma das maiores coleções públicas de arte moderna do Brasil, com obras de artistas como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Cícero Dias e Emeric Mercier; e a Coleção de Arte Popular, oriunda do antigo Museu de Artes e Tradições Populares. Neste acervo variado, destacamos peças de mestre Vitalino, Zé Caboclo, Carrancas do Guarani, esculturas de Mudinho.

Há ainda no Palácio do Ingá uma biblioteca com 12 mil livros sobre arte, folclore e a história do estado do Rio de Janeiro, além de 402 titulos de periódicos. Em outras salas, são ministrados cursos de gravura, escultura, pintura e cerámica. As visitas guiadas levam os visitantes a um passeio labirintico por salas, varandas e jardins que abrigam e protegem a memória fluminense.

Funcionamento: De quarta a domingo, de 12 às 17 horas
Telefone de contato: 2717-2903




Fotos Históricas

Legenda das fotos históricas

01) Fachada dos fundos do Palácio do Ingá (Fon Fon, 1922)
02) Fachada lateral do Palácio do Ingá (Fon Fon, 1922)
03) Salão de Honra - Sala de visitas da residência particular (Fon Fon, 1922)
04) Salão de Honra - Sala de estar da residência particular (Fon Fon, 1922)
05) Vista parcial do jardim - Uma galeria da residência particular - Parte do jardim (Fon Fon, 1922)
06) Sala de estar da residência particular (Fon Fon, 1922)
07) Salão de banquetes do Palácio (Fon Fon, 1922)
08) Sala de visitas da residência particular (Fon Fon, 1922)
09) Sala de estar da residência particular (Fon Fon, 1922)
10) Posse do governador Pedro Fernandes (Careta, 1923)
11) Oficiais do gabinete de Oliveira Botelho (Fon Fon, 1914)
12) Governador Oliveira Botelho, sentado à esquerda (Fon Fon, 1914)









Publicado em 12/11/2013

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