Rua Genera Castrioto, 409 - Barreto

Tombamento federal em 23/08/1938
Processo nº 163-T-38, inscrição nº 248 no Livro Histórico Vol.1, fl.42 e inscrição nº 214 no Livro das Belas Artes V.1 , fl. 37

A capela foi idealizada pelos irmãos Francisco Vitoriano Pereira e José Pereira Correia, proprietários da fazenda São Pedro, localizada na enseada do Maruhy, por considerarem que a capela mais próxima - a de Santana, estava muito distante. Sua autorização para funcionamento foi concedida pelo Bispo do Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1751. O pequeno templo foi construído próximo à casa grande da fazenda, da qual não restou nenhum vestígio.

O templo está implantado no alto da colina; sua arquitetura é simples e se assemelha à das pequenas igrejas construídas no mesmo período no entorno da Baía de Guanabara. O acesso ao seu adro se faz por uma escadaria lateral de granito.

O prédio foi construído em pedra e cal, possuindo nave única com capela-mor mais estreita e sacristia lateral. Sua fachada é constituída por uma porta e duas janelas à altura do coro, todas com vergas abatidas, ornadas com imponentes sobrevergas de massa. O frontão triangular possui um pequeno óculo e está encimado por uma cruz. A torre única lateral tem seu acesso externo.

O retábulo-mor tem ornamentação rococó, em estuque, com acantos, rocailles e arcanjos. A imagem de São Pedro é encimada pelo símbolo do santo - as chaves - que se repetem em outros detalhes da decoração da capela. Ladeando a imagem de São Pedro há uma imagem de São Francisco da Penitência e outra de Santo Antônio. Na sacristia encontra-se a imagem de São Benedito e, também, um lavabo em mármore. A capela foi reformada várias vezes, mas ainda mantém suas principais características arquitetônicas.

Em 1850 a fazenda pertencia a Domingos Ferreira Bastos, que a vendeu ao Governo Provincial, em 1853, para construção de um cemitério público - as terras foram consideradas ideais por possuírem uma capela e um bom porto para o transporte marítimo de cadáveres. Mais tarde, outros terrenos próximos foram adquiridos e incorporados ao patrimônio do cemitério, Em agosto de 1855, as obras ainda não estavam terminadas, mas, em virtude da epidemia de cólera, foi feita a sua sagração e, em 1º de novembro, realizou-se o primeiro funeral. Os sepultamentos em cemitérios passaram a ser obrigatórios através do Decreto nº 776, de 19 de setembro de 1855.

Em 1911, Feliciano Sodré mandou erigir um monumento para os restos mortais dos oficiais e praças mortos na Revolta da Armada.Muitos vultos da história fluminense e do Brasil lá se encontram, como o poeta Fagundes Varela, o exilado francês Charles de Ribeyrolles e o herói niteroiense General Luiz José Fonseca Ramos. O mausoléu de Fagundes Varela, inaugurado em 2 de novembro de 1886, é de autoria de Ludovico Berna, em mármore, tendo na fachada principal o perfil em bronze do poeta. O mausoléu do francês Ribeyrolles foi mandado construir, em 1886, conforme projeto do engenheiro municipal Dioniso da Costa e Silva. Este monumento tem o epitáfio especialmente escrito por Victor Hugo, em homenagem ao companheiro de exílio. O mausoléu do defensor da cidade na Revolta da Armada, General Fonseca Ramos, morto em 1895, foi inaugurado em 1º de novembro de 1911, pelo Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, com projeto do arquiteto Desidório Strauss,



Com o objetivo de preservar parte da memória nacional e, mais especificamente, da história fluminense, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN tombou a capela e o cemitério, através do processo n° 163-T, inscrição n°. 248, do Livro Histórico, folha. 42, e inscrição n°.214, do Livro das Belas Artes, Folha.37, em 23/08/1938.

Fonte: "Niterói Patrimônio Cultural", editado pela SMC/Niterói Livros em 2000.








Publicado em 12/11/2013

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