Os forros do solar, executados em gesso e em madeira, caracterizam-se por três diferentes tipos: estuque, saia e camisa, macho e fêmea ou paulista.
Estuque
O forro de estuque é o tipo predominante e divide-se em duas categorias: decorados e lisos com florão central. Os forros de estuque decorado encontravam-se em pior estado de conservação, com forte ataque de cupins e grande concentração de umidade. As fasquias de sustentação, feitas em madeira, estavam seriamente comprometidas, e os tetos, progressivamente degradados, provocaram grandes rachaduras e perdas de ornatos. Os forros de estuque liso, alterados pela família Bartholdy na década de 1920, supõe-se terem sido originalmente em madeira, tipo saia e camisa.
Estuque decorado
Os forros mais ornamentados localizam-se no pavimento térreo. Na sala de jantar, há representação de bules, xícaras, cálices, garrafas, frutas, folhas, flores, conchas e rendilhados, e o estuque encontrava-se atacado por cupins, com perda de um trecho. O do vestíbulo social apresenta motivos de figuras humanas, folhas, flores e guirlandas, e estava em melhor estado de conservação. O salão principal tem como decoração do estuque figuras femininas alegóricas às quatro estações do ano, e encontrava-se severamente atacado por cupins e por umidade; o forro estava comprometido por extenso trecho faltante, sobretudo na área central, onde há uma grande elipse com ornatos de folhas, flores, guirlandas e rendilhados. As fasquias de sustentação apresentavam-se expostas, o que permitiu a análise do elevado grau de deterioração.
Estuque liso com florão central
Os forros de estuque liso com florão central localizam-se na maioria dos cômodos do solar. Apresentavam-se menos prejudicados do que os forros decorados. O salão superior possui teto em estuque com desenho de folhas, flores e frisos, e encontrava-se degradado com extenso trecho de perda. No vestíbulo da escada o estuque é composto por figuras humanas, flores, fitas, folhas e estava atacado por cupins, com trechos faltantes.
Intervenção
A restauração dos forros de estuque teve início com o escoramento emergencial daqueles que apresentavam risco de desabamento. Os trechos originais ornamentados foram mantidos e consolidados no próprio local, através de ancoragem pontual. Todas as fasquias cupinadas e o material desagregado foram removidos. As partes lisas foram integralmente substituídas por placas industriais padronizadas, readaptadas e reforçadas com sisal e gesso aditivado com resina polivinílica. Os elementos ornamentais perdidos foram refeitos a partir dos originais, através de refundição com o uso de fôrma de silicone.
Restauro do Solar do Jambeiro