O Teatro Municipal de Niterói abre a temporada 2015 homenageando as mulheres, e para dar inicio aos trabalhos, recebe, nos dias 04 e 05 de março de 2015, quarta e quinta-feira, às 19h, a cantora Mariene de Castro, com o espetáculo "Colheita", título de seu quinto CD, lançado em 2014. No espetáculo, que marca também a volta do projeto "Clássicos do Samba", Mariene apresenta músicas do disco e canções que marcaram sua trajetória, como "Pontos de Caboclo", "Oxóssi" e "Amuleto da Sorte".

Mariene de Castro despontou no cenário musical brasileiro identificada como uma força da natureza. Seu conterrâneo Roque Ferreira intuiu certa vez que ela nunca pisava num palco sozinha: alguma força superior entrava com ela em cena e impregnava sua música.

Ainda aos cinco anos, ela já se apresentava em espetáculos de dança no Teatro Castro Alves, em Salvador, sua cidade natal. Na adolescência, soltava a voz como integrante do grupo Timbalada, de Carlinhos Brown e, em 1996, teve a oportunidade de realizar seu primeiro show solo, no Pelourinho.

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No mesmo dia, na plateia, estavam produtores franceses que se encantaram por Mariene e a convidaram para uma turnê por 20 cidades da França. Na ocasião, chegou a ser comparada pela crítica local à mítica cantora Edith Piaf, pela força de sua interpretação e a singularidade de seu timbre vocal.

Em 2004, ganhou o Prêmio Brasken de Música e gravou o seu primeiro CD, "Abre Caminho", escolhido no ano seguinte como o Melhor Disco Regional no Prêmio TIM. O segundo álbum, "Santo de Casa - Ao Vivo", foi lançado em 2010, com a sala principal do Teatro Castro Alves completamente lotada. "Tabaroinha", lançado em 2012, revelou uma intérprete madura, conquistando o reconhecimento de nomes de peso no mundo do samba.

Um marco em sua carreira, que a projetou nacionalmente, o DVD "Ser de Luz", lançado em 2012, é um tributo a Clara Nunes, e conta com a participação especial no coro de três integrantes da Velha Guarda da Portela: Tia Surica, Áurea Maria e Neide Sant’Anna, que conviveram com Clara e também ajudaram a orientar a cantora baiana no teatro.

Para Lauro Lisboa Garcia, Mariene, uma cigarra com espírito de formiga, conquistou merecido prestígio entre o público e especialistas em música popular, pela força dessas raízes, juntando cores, amores e sabores que unem Rio e Bahia. "Desde que o samba é samba, a arte de Mariene se ramifica para aumentar o apetite de um território musical sem fronteiras, com o tempero próprio dela".

Colheita
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"Colheita", seu terceiro álbum de estúdio e o quinto da carreira, amplia seu domínio de grande cantora com a bênção de duas madrinhas (Beth Carvalho e Maria Bethânia) e um padrinho (Zeca Pagodinho), que fazem participações significativas cantando com ela no CD, com produção dirigida por Max Pierre.

Grandes músicos, mestres em seus instrumentos, Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Hamilton de Holanda (bandolim), Rildo Hora (gaita) também marca presença no disco, bem como a bateria da escola de samba Portela na exaltação de "Aquarela da Amazônia" (Toninho Geraes e Toninho Nascimento).

Samba e candomblé, atabaques e cordas, o rústico e o polido, o festivo e o amoroso, Amazônia e Cabo Verde: na ponte Rio-Bahia, Mariene congrega diversas influências, misturando ritmos, temas e tempos, num momento em que a cantora até modula a voz de maneira diferente dos álbuns anteriores, revelando-se mais suave. “A leveza do meu momento pessoal foi pro canto também”, diz ela. “Até pra mim foi uma descoberta. Eu já vinha cantando algumas coisas mais leves e isso ficou mais presente nesse disco. Mas sou a mesma Mariene do início. Esse repertório foi escolhido pelo coração.”





A leveza no CD pode ser sentida nas faixas e "Retrato da Vida" (Dominguinhos e Djavan) e "Nós Dois" (Cartola), que Mariene interpretou pela primeira vez quando convidada a interpretar Dona Zica na terceira temporada do programa "Heróis de Todo Mundo". Também atuando como atriz, em “Quase Samba”, de Ricardo Targino, descobriu a balada "Impossível Acreditar Que Perdi Você", composta por Marcio Greyck e Cobel nos anos 70. Já do repertório de seus shows, Mariene escolheu “O Que é o Amor?”, de Arlindo Cruz, Fred Camacho e Maurição.

Mariene divide com a madrinha Beth Carvalho, o clássico "Samba da Bênção", de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Companheiro musical de longa data, o compositor Roque Ferreira está presente do CD com quatro faixas. "A Força que Vem da Raiz", que Mariene canta em duo Maria Bethânia (outra admiradora do compositor), "Oxóssi", "Tirilê" (parceria com Dunga), "Mágoa" (com Toninho Geraes). "Eu me contenho, porque se deixar eu gravo Roque Ferreira o tempo inteiro, a turma já sabe que ele é maioria no meu repertório", diz a cantora.

"Balancê" é uma canção dançante composta por Sara Tavares, cantora, compositora e instrumentista portuguesa com ascendência cabo-verdiana.

De uma reunião de compositores promovida por Zeca pagodinho, a cantora escolheu "Eu Carrego Patuá" (Juninho Thybau, Alexandre Chacrinha e Flavinho Bento), "Aquarela da Amazônia" e "Tirilê" (Dunga e Roque Ferreira). Outra inédita no repertório é "Me Beija", de Arlindo Cruz, escolhida como primeiro single para representar o novo disco nas rádios.

Zeca Pagodinho, que já havia gravado uma participação ao vivo em "Um Ser de Luz", presenteou também Mariene com a canção "Colheita", que Nelson Rufino tinha dado a ele para gravar. Por gratidão Zeca, é o convidado especial na faixa que dá nome ao CD.


Serviço

Projeto "Clássicos do Samba"
Mariene de Castro em "Colheita"
Data: Quarta e quinta, 04 e 05 de março de 2015
Horário: 19h
R$ 70,00 - Comprar no Ingressso Rápido
Duração: 100min
Classificação etária: Livre

Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro 35, Centro
Tel: (21) 2620-1624


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Publicado em 18/02/2015

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