A Sala Carlos Couto reúne três dos melhores Luthiers de Niterói, na exposição "Aspectos da lutheria", que será aberta no dia 11 de junho, às 19 horas. A mostra une três nomes, Ricardo Dias, Jonas Caldas e Já Silva, de três linhas diferentes desta arte que vem da idade média, e que no Brasil tem profissionais respeitados em todo o mundo. Com estes nomes a Sala Carlos Couto mostra ao público diversas facetas desta arte milenar, a lutheria de violinos, de violões e a lutheria de pesquisa, de criação livre.
A exposição permite que o público acompanhe processos de construção de instrumentos musicais diversos. Os luthiers convidados apresentam pontos de vista singulares sobre sua arte, que dialoga o vasto repertório cultural de cada indivíduo com as necessidades de cada elemento sonoro. Uma oportunidade ímpar de prestigiar o encontro de três artistas que se dedicam à delicadeza no conturbado século XXI. A Curadoria é de Teca Nicolau.
Jonas Caldas
Jonas começou sua trajetória aos dez anos em uma marcenaria. Aos quinze, iniciou-se na lutheria com o professor Guido Pascolim, enquanto interno da extinta Funabem, especializando-se em viola, violino e violoncelo. Trabalhou com o luthier Joaquim Pinheiro na confecção de instrumentos medievais, renascentistas e barrocos, como viola da gambá, rebeca e saltério.
Em 1994 mudou-se para a Alemanha e no ateliê de Her Hegger, restaurou inúmeros instrumentos. De volta ao Brasil, foi "lapidado" por Sandrino Santoro, com quem aprendeu a arte do contrabaixo e que o concedeu autonomia de exercício profissional. Com uma estética totalmente artesanal, Jonas Caldas ainda hoje se dedica à arte da lutheria.
Ricardo Dias
Ricardo Dias tem formação de violonista clássico. Começou a estudar lutheria em 1985 no atelier de Mario Jorge Passos. Especializou-se em cavaquinhos e violões e tem instrumentos em diversas partes do mundo, como Japão, Estados Unidos, Chile e Suécia. Desenvolve também estudos em ergonomia no instrumento.
Foi criador e professor da extinta Oficina-Escola de Lutheria da Universidade Gama Filho, instituição pioneira no país, e desenvolveu projeto semelhante patrocinado pela Unesco. Atualmente, além de profissional de lutheria, é co-moderador do fórum Violão Erudito, instituição online que agrega violonistas de todo o mundo, e escreve na imprensa especializada.
Também atua frequentemente como jurado em certames de violão clássico espalhados pelo Brasil, além de dar palestras sobre o instrumento.
Já Silva
José Antonio da Silva nasceu em 28 de abril de 1949, paraibano de São Miguel de Taipu. Iniciou-se na arte de talhar madeira - herança de seu avô, construtor de rabecas -, ainda na adolescência, com a construção e a reparação de caixas de ressonância (violões, cavaquinhos e rabecas acústicas, entre outros) ao descobrir que este prazer era tão grande quanto o de tocá-los.
Em 1985, fixou residência em Búzios, encontrando a tranquilidade necessária para criar seus instrumentos e compor suas músicas. O conceito que pauta a sua obra são as "maravilhas", retalhos de madeira que restam da utilização primária principalmente pelas linhas de montagem industriais, o que acaba conferindo riqueza histórica à peça fial.
Com sua Oficina Maravalha, hoje vive exclusivamente como luthier assistido pela sua esposa Teresina e deixando a arte como legado ao seu filho, Terence Antonia da Silva, construtor, reparador e intérprete de cavaquinhos.
Exposição "Aspectos da lutheria"
Abertura: 11 de junho às 19h
Visitação: de 12 junho a 17 de julho
Horários: terças a sextas das 10h às 18h, sábados e domingos das 15h às 18h.
Local: Sala Carlos Couto (anexo ao Teatro Municipal de Niterói)
Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel: 2620-1624
Entrada franca
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