Como parte da comemoração de 150 anos de nascimento do compositor Ernesto Nazareth em 2013, o Teatro Municipal de Niterói, apresenta, na quarta-feira, dia 28 de agosto de 2013, às 19:00, o grupo Terno Carioca, formado por Lena Verani (clarinete), Luiz Flavio Alcofra (violão) e Pedro Aragão (bandolim e violão tenor).
Com o espetáculo, o Terno Carioca propõe, além de divulgar a obra de Ernesto Nazareth, despertar o interesse do público para a apreciação deste gênero de música instrumental urbano, o choro, fator da nossa identidade cultural. No programa, obras de Ernesto Nazareth e outros compositores representativos do choro, evidenciando a importância que o músico teve para os autores que vieram depois dele.
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Ernesto Nazareth. Clique para ampliar |
Ernesto Nazareth realizou uma expressiva fusão entre gêneros originalmente europeus e a rica musicalidade do Rio de janeiro na virada do séc. XIX para o séc. XX. Foi o primeiro compositor a estilizar o ritmo do maxixe, sintetizado pelos grupos de choro a partir da polca e do lundu, e podemos afirmar que é um clássico da música brasileira nacionalista. Por ser considerado um compositor situado na fronteira entre a música popular e a música erudita, foi gravado tanto por músicos "chorões" como por músicos eruditos, fato que o faz ter mais esta importância: suscita questões entre os conceitos de popular e erudito, ao mesmo tempo em que transita livremente entre eles, diluindo suas fronteiras.
Durante o século XX, o choro conheceu um notável desenvolvimento, tanto em termos de composição, interpretação e registro quanto em alcance, tornando-se sem dúvida uma música nacional. Matéria-prima de compositores que estruturaram a música brasileira, inclusive a de concerto, como Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Guerra-Peixe, o choro contribuiu para fazer a nossa música respeitada em todo o mundo.
A partir dos anos 60, entretanto, sem espaço nas rádios, TVs e demais veículos de comunicação de massa, o gênero passou a ser menos divulgado, e frequentemente rotulado como "música do passado". Nos anos 80, quando músicos buscavam se firmar por critérios nacionalistas próprios do choro, o repertório de Ernesto Nazareth - de valsas, polcas, choros e maxixes - recupera o seu fôlego e recomeça a ser tocado pelos grupos de choro.
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Terno Carioca, foi criado no ano de 2006 com o objetivo de interpretar a música brasileira em seus variados gêneros, em uma formação camerística que busca a excelência de arranjos e de sonoridade. O trio vem se apresentando com êxito em diversos palcos do Rio de Janeiro, como Sala Baden Powell, Sala FINEP, Festival de Primavera de Paraty, Casa Brasil Mestiço, Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Centro de Referência da Música Carioca, Festival de Inverno de S. João Del Rei, Teatro do BNDES, Teatro Municipal de Niterói, entre outros.
Em 2009, o trio gravou o seu primeiro CD, inteiramente dedicado à obra de Claudionor Cruz, um dos mais importantes compositores e instrumentistas brasileiros das décadas de 1940 e 1950, que em abril de 2010 teria completado 100 anos de vida.
O disco, realizado através de uma parceria entre a Acari Records e o SESC, teve a participação especial das cantoras Zélia Duncan e Bia Paes Leme e de alguns dos mais importantes arranjadores do país, como Mauricio Carrilho, Paulo Aragão, Jayme Vignoli, Marcílio Lopes, Roberto Gnattali, Luiz Otávio Braga, Ignez Perdigão, Pedro Paes e Bia Paes Leme.
Em 2010, o trio participou do importante evento anual no Rio de janeiro, "Rio Folle Journée", que homenageou o compositor Frederic Chopin. No mesmo ano, participou do projeto "Música y músicos de Latinoamérica", se apresentando na Biblioteca Luis Angel Arango - uma importante sala de concerto em Bogotá – e em outras duas cidades Colombianas, San Andrés e Buena Ventura. Em 2011, apresentou-se na FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty) e, com a cantora Cristina Buarque, em shows em homenagem ao centenário do compositor Pedro Caetano. Em 2012, participou do projeto "Sabadinho bom", em João Pessoa. Em Junho de 2013, se apresentou no projeto "Ernesto Nazareth, 150 anos de Música Popular Brasileira" na Caixa Cultural de Brasília.
Lena Verani: Graduada em clarineta pela UNI-RIO (Universidade do Rio de Janeiro) e Mestre em Ciência da Arte pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Lena integrou a "Orquestra Sinfônica Jovem do Teatro Municipal do Rio de Janeiro" (regência de David Machado) e "Orquestra de Música Brasileira" sob a direção de Roberto Gnattali. Participou de espetáculos do compositor Tim Rescala, entre eles a opereta "Orquestras dos Sonhos" que resultou num CD homônimo. Com o grupo "Terra Brasilis" participou do circuito nacional do SESC e gravou o CD "Terra Sonora Brasilis", lançado em 2002. Em 2010, integrou a orquestra "Pixinguinha na pauta" - executando arranjos originais do compositor - com apresentações no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, e no auditório do Ibirapuera, em São Paulo.
Luiz Flavio Alcofra: Violonista, compositor, arranjador, nascido no Rio de Janeiro, é graduado em música pela UNIRIO (Universidade do Rio de janeiro) e Mestre em Ciência da Arte pela UFF (Universidade Federal Fluminense). É integrante do grupo de música brasileira "Água de Moringa' (vencedor do prêmio Sharp de melhor grupo instrumental de 1998, do grupo "Cordão do Boitatá" e do "Quarteto Alevare". Integrou a "Orquestra de Cordas Brasileiras" (Prêmio Sharp de melhor disco e melhor grupo em 1990 e melhor disco-1991), a "Camerata Gama Filho", regida por Paulo Sérgio Santos e a "Orquestra de Violões Chiquinha Gonzaga", dirigida por Maurício Carrilho. Assim como Lena Verani, em 2010, integrou a orquestra "Pixinguinha na pauta". Em 2012 lançou o seu primeiro Cd autoral, "Fotografia", que recebeu excelentes críticas jornalísticas.
Pedro Aragão: Doutor em Musicologia pela UNIRIO (Universidade do Rio de Janeiro) e Bacharel em Regência pela Escola de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), como bandolinista atuou no espetáculo e no CD "O Samba é Minha Nobreza". Dividiu com Luiz Otávio Braga a direção musical do disco "Ao Jacob, Seus Bandolins", lançado pela gravadora Biscoito Fino, que ganhou o prêmio Rival BR de 2003. Como instrumentista teve várias participações em discos como o de Maurício Carrilho, Quarteto Maogani de Violões além do Projeto Todo Callado. Coordenador (com Maurício Carrilho e Luciana Rabello) e professor da Escola Portátil de Música. Fundador e diretor do Instituto Jacob do Bandolim, instituição responsável pela divulgação e preservação do legado deste grande músico. Em 2010, regeu a orquestra "Pixinguinha na pauta".
Serviço
Terno Carioca em 150 anos de Ernesto Nazareth, música
Data: Quarta´feira, 28 de agosto de 2013
Horário: 19h
Duração: 90 minutos
Ingresso: R$ 10,00 -
Comprar Classificação: Livre
Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro 35, Centro
Tel: (21) 2620-1624
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