Na Sexta-feira, 2 de Dezembro de 1831, Dia de Grande Gala, por ser o Natalício de S. M. I. o Sr. D. Pedro Segundo; expor-se-á o seguinte espetáculo.

Finda que seja a overtura, subirá o pano, e tocar-se-á o Hino; e apenas finde, começará a representação da ótima e também recebida Comédia em dois atos intitulada "A Inimiga do Seu Sexo ou O Cego de Chorar", do dramaturgo português António Xavier Ferreira de Azevedo.

Nos intervalos dos atos, tocar-se-ão magníficas sinfonias, rematando o espetáculo com um novo Drama de um ato intitulado: "O Incógnito ou A Credibilidade".

Principiará às 8 horas. Com informações do Correio Mercantil, 1 de dezembro de 1831

António Xavier Ferreira de Azevedo (Lisboa, 6 de março de 1784 — Lisboa, 18 de janeiro de 1814) foi um poeta dramático e comediógrafo português. Assinou algumas obras simplesmente como A.X.F.A. ou António Xavier. Foi um prolífico e respeitado poeta dramático, autor de algumas das peças mais apreciadas nos teatros portugueses e brasileiros das primeiras décadas do século XIX. É autor de mais de uma centena de dramas e farsas, entre originais e adaptações de textos francesas e espanhóis, recriados ao gosto do público português. Muitas das suas peças nunca foram publicadas enquanto outras apenas o foram algumas décadas após a sua morte aos 29 anos de idade, por atores e de pessoas ligadas ao teatro.


A Companhia

A Sociedade compõe se dos seguintes atores e atrizes: Victor Porfírio de Borja, João Evangelista da Costa, João Clímaco da Gama, Manoel Soares, Joaquim José Agostinho, Joaquim Pimentel, Joaquim José de Souza, Ludovina Soares, Maria Candida de Souza, Theresa Soares, Ricardina Soares (para dançar e representar) e a Jovem Ricardina.

Em 1829, o empresário Francisco José de Almeida trouxe ao Brasil a companhia portuguesa de teatro de Ludovina Soares da Costa e de seu marido João Evangelista da Costa. Uma parte dos atores pisou em solo brasileiro em julho daquele ano, enquanto outros chegaram mais tarde. A Sociedade de Actores criou em 1834 o Theatro da Praia de D. Manuel, no Rio de Janeiro.

Ludovina Soares nasceu em Coimbra, em 25 de outubro de 1802. Estreou ainda criança, aos nove anos, no Porto, interpretando o Anjo da oratória em "A família de Adão", no Teatro São João. Brilhou em Portugal e no Brasil, país onde resolveu morar a partir de 1829, falecendo, no Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro de 1868.

Segundo Luiz Americo Lisboa Junior, em "Teatro Português no Brasil: Do Império à Primeira República", Mariana Torres e Ludovina Soares da Costa foram as mais importantes atrizes portuguesas no Brasil, na primeira metade do século XIX, porém, não há dúvida de que Ludovina superou Mariana, não apenas porque resolveu residir no Brasil, mas também, porque teve uma destacada participação não só como atriz e empresária sobressaindo-se entre os seus compatriotas que faziam teatro no país.

Pesquisa e edição: Alexandre Porto


Tags:






Publicado em 21/07/2021

Claudia Foureaux apresenta "Um Jeito a Mais" no Municipal Sexta-feira, 10 de maio
Os Bonitos homenageiam a Jovem Guarda no Municipal Sábado, 11 de maio
Um Brinde à Poesia na Sala Carlos Couto Sábado, 11 de maio
Moça Prosa homenageia Jovelina Pérola Negra no 'Clássicos do Samba' Quarta-feira, 22 de maio
Coletivo Plural apresenta mostra "Verso e Reverso" na Sala Carlos Couto De 02 de maio a 02 de julho
Com fotos de Magno Mesquita, Niterói é tema de mostra na Carlos Couto Leia mais ...
Lenda 'Itapuca' no palco do Teatro Municipal João Caetano Leia mais ...
Clube Dramático Assis Pacheco estreia no Theatro Municipal Leia mais ...
A Grande Reforma do Theatro Municipal, em 1966 Segunda-feira, 02 de maio de 1966