No último sábado de abril, 29, às 16h, a Sala Carlos Couto, anexa ao Teatro Municipal de Niterói, vai receber o lançamento do livro "Quelé, a Voz da Cor - Biografia de Clementina de Jesus". No dia do lançamento, o cantor e compositor Cacau Campos prestará homenagem à Clementina em show com repertório baseado na obra da cantora. O evento tem entrada franca e classificação indicativa livre.
Primeira biografia de uma das maiores vozes da história do samba, mais do que uma biografia, fruto do trabalho incansável e minucioso de quatro jovens autores: Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz, este é o registro definitivo da grandiosidade dessa artista fluminense. Uma obra surgida como trabalho de conclusão do quarteto no curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo e que, além da nota máxima pela banca avaliadora, valeu a eles premiações como uma da própria universidade e duas da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação.
Cacau Campos se apresentará acompanhado de Pedro Ivo (pandeiro) e Bruno Cammpos (violão).
Clementina
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Mulher, negra, mãe, Clementina foi revelada aos palcos brasileiros em 1964, aos 63 anos, no show "O Menestrel". Menos de dois anos depois, arrebataria o público internacional, no I Festival Mundial de Artes Negras, no Senegal, e em show no Festival de Cannes, na França.
"Quelé, A Voz da Cor" traz a público a força, a doçura – e também a resistência – de Clementina de Jesus, desde seu nascimento em Valença, interior do Rio de Janeiro, em 1901, até sua morte, na capital do estado, em 1987. Não faltam a convivência apaixonada com o marido, Albino Pé Grande, o cuidado com os filhos, os netos e a amizade e o carinho com grandes nomes da música brasileira.
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"Quelé" com Paulinho da Viola, Jair do Cavaquinho e Anescar do Salgueiro no Conjunto Rosa de Ouro. Clique para ampliar |
Das diversas descobertas relevadas na obra inédita, Felipe Castro enfatiza a abordagem sobre a relação de Clementina com a oralidade. Ele conta que ela sabia "de cor" muitos cantos de trabalho, vissungos, lundus, curimas e sambas dos anos 1920 e 1930. Clementina tinha uma memória incrível para a música. Sua trajetória antes de ser revelada na mídia, aos 63, também surpreendeu os autores. "Ela já tinha toda uma história com o samba: havia ensaiado pastoras do compositor Heitor dos Prazeres, pulado carnavais com Noel Rosa, participado dos primórdios da Portela e se envolvido durante décadas com a Mangueira. Ela participou de tudo isso quando ainda era anônima. Ou seja, Clementina de Jesus não foi lançada aos 63 anos de forma aleatória", completa Felipe.
"O Brasil em que eu acredito tem a voz dela. Rainha." - Teresa Cristina, cantora e compositora.
"Clementina de Jesus é muito mais que um ícone do samba e da música brasileira. Ela é o símbolo da mulher negra guerreira que, apesar de todos os preconceitos e injustiças, sobreviverá, oxalá, neste lindo livro que conta a sua história." - Mariene de Castro, atriz, cantora e compositora.
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Os autores eram colegas de sala na Universidade Metodista de São Paulo, onde cursaram jornalismo entre 2008 e 2011. Clique para ampliar |
"Ela foi mesmo um acontecimento, aquela voz maravilhosa e forte, diferente de tudo o que as pessoas estavam acostumadas a ouvir. Cantava aqueles sambas maravilhosos com aquela elegância toda." - Paulinho da Viola, cantor e compositor.
Informações Técnicas
Autores: Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz
Editora: Civilização Brasileira | Grupo Editorial Record
Ano de lançamento: 2017
Páginas: 384
Serviço
Lançamento do livro "Quelé, a Voz da Cor - Biografia de Clementina de Jesus"
Data: Sábado, 29 de abril de 2017
Horário: 16h
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre
Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro 35, Centro
Tel: (21) 2620-1624
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