"De uma paixão por palhaços à realização de um sonho". Este é o sentimento que irá percorrer a exposição "Palhaçada", do artista plástico e cenógrafo Joel d'Castro, que será realizada na Sala Carlas Couto, anexa ao Teatro Municipal de Niterói. A abertura será na terça-feira, dia 17 de outubro de 2017, a partir das 19h. A exposição fica aberta entre os dias 18 de outubro a 12 de novembro de 2017. Terças a sextas-feiras das 10h às 18h, e sábados e domingos das 15h às 18h. Entrada Franca, classificação indicativa livre.

O artista retrata, nesta obra, sua paixão pelo mundo mágico dos palhaços. Sua versatilidade viaja entre peças com materiais reciclados, característica marcante de seu trabalho, a telas em aquarela, pastel, óleo com esculturas, onde pedra, violão, vinil e mala de viagem viram tela, toco de madeira um belo palhaço e o trapézio nos traz Chaplin numa bela acrobacia de arte.



    A Exposição, pelo curador Igor Lopes

    "Um ambiente cenográfico foi criado para receber o mundo lúdico deste fantástico artista. Uma mistura das mais diversas técnicas com distintos materiais, dos mais luxuosos à sucata, percorrendo o óleo sobre pedra e madeira, a acrílica sobre vinil retorcido e esculturas em argila, o pastel sobre madeira, o óleo sobre tela, a acrílica sobre madeira e ferro retorcido, o pastel sobre canson e madeira, e a tinta e lápis aquarela sorbe canson. Com estes dá forma às suas esculturas, alguns quadros e adereços cneográficos, além de compartilhar parte da sua coleção de pequenos palhaços. Dos pequenos aos grandes, dos coloridos aos feitos em tons grafite, dos feitos em pedra ou madeira, dos famosos ou ainda desconhecidos, todos expressam a alegria que este artista traz de dentro para fora. Em sua autenticidade, ele encontra liberdade para expôr ao mundo a beleza do protagonista circense.

Joel d'Castro

"A arte é o segundo ar que respiro. Hoje, olhando para trás, vejo que sem a arte a vida teria sido bem mais difícil".

A história de quem disse isso começou há 50 anos, numa humilde casa perto do centro de São Gonçalo, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. Um lavrador e pedreiro junto à filha de um português dão à luz ao décimo terceiro filho, o caçula da primeira geração da família Castro. Aos 5 anos de idade, nascia o artista. A arte que como uma extensão de si mesmo e que antes adormecia, começa a despertar, fluindo de seus dedos através do lápis, pequenos rabiscos que começaram a trazer vida para uma simples folha em branco. Pelo olhar crítico de um amigo da família, o amado patriarca, hoje falecido, José de Castro, descobre em seu caçula a inclinação para o mundo das artes.

"O amigo de papai estava desenhando o famoso ratinho, Mickey Mouse, e eu ao olhar para o desenho comecei a corrigir erros que nem o próprio desenhista tinha percebido. Aí papai falou: é, esse menino vai ser desenhista".

Sua família o apoiava, o acesso à arte não era impedido, mas a simplicidade que os rodeava não lhes permitia imaginar que a arte se tornaria algo tão grande e evidente em sua vida. Em sua adolescência, na fase onde tudo é incerteza, nele já havia a plena convicção de que iria ser artista.

"Achei que seria ator, mas já tinha certeza que era arte o que eu queria como meu labor. Nas festas de aniversário lá de casa, a matriarca, como eu gosto de chamá-la, Dona Nair de Castro, sempre dizia: 'ah, pede para Joel que ele desenha!'."

Em sua juventude, a convite de um amigo, começou a ver a arte como profissão, trabalhando como aderecista e desenhista nos barracões de algumas escolas de samba, sempre aprimorando seu talento inato. De lá, outra vertente artística o encanta, a cenografia, sendo mais tarde contratado para exercer essa arte na RecordTV. Já casado e pai de uma menina, surge a oportunidade de morar na Espanha, lá cursa dois anos de especialização em artes plásticas, honrando seu trabalho com a participação na exposição da Academia.

Se falarmos da valorização da arte, ele admite que muito já foi conquistado, mas que o ideal ainda não foi alcançado, é preciso lutar por mais.

"O mundo seria bem melhor se todos os tipos de arte fossem valorizados 100%. Com fácil acesso para todos. É possível, mas gostaria que garantisse um futuro tão seguro quanto outras profissões. Quisera eu ter vivido toda minha vida somente da arte".

Se você perguntar para ele qual sua maior inspiração, certamente ele dirá que Jesus é sua fonte inesgotável, mas num plano terreno, Salvador Dali é sua grande referência. Se lhe perguntar qual arte gosta mais de produzir, ele te dirá que pintar quadros é sua favorita. Porém, esta nova exposição, que ele intitula como "Palhaçada", lhe traz sua primeira experiência com esculturas, e nelas descobre uma nova paixão.

"O Tocador de Sax, desta exposição, foi idealizado a partir de uma sucata, algo que eu particularmente adoro. Consigo ver arte onde quase ninguém vê. O pequeno palhacinho, feito de uma lâmina de pedra São Tomé, ferro retorcido e uma bomba de chimarrão reciclada, com a técnica óleo sobre pedra, é a minha escultura preferida".

Os pálhaços, dos pequenos aos grandes, dos coloridos aos feitos em tons grafite, dos feitos em pedra ou madeira, dos famosos ou ainda desconhecidos, todos expressam a alegria que este artista traz de dentro para fora. Em sua marca registrada, a autenticidade, ele encontra liberdade para expôr ao mundo a beleza do protagonista circense.

"Embora os palhaços usem máscaras, eles são muito autênticos".

Para o futuro, sei de seu desejo em fazer uma remontagem de peças e quadros sobre o sonhador Dom Quixoste de La Mancha e seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Mas, por enquanto, num ateliê colorido nos fundos da casa, você o achará, a qualquer hora do dia, sentado em uma banqueta de cara para o seu material de trabalho. No cantinho da mesa uma xícara pequena de café, aos seus pés o agitado cãozinho, Perdigão. Se escutar com atenção, algum samba ele estará assoviando. E com as mãos ansiosas e energéticas, estará trabalhando em alguma forma de arte que borbulha de sua mente brilhante.


Serviço

Exposição "Palhaçada"
Abertura: Terça-feira, 17 de outubro de 2017, às 19h
Visitação: 18 de outubro a 12 de novembro de 2017
Horário: Terça a sexta-feira de 10h às 18h; Sábados e domingos de 15h às 18h
Entrada Franca
Classificação indicativa: Livre

Sala Carlos Couto
Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro 35, Centro
Tel: (21) 2620-1624


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