A Sala Carlos Couto, anexa ao Teatro Municipal de Niterói, abre suas portas na quinta-feira, 09 de abril de 2015, às 19 horas, para o lançamento do livro "Geografia da Música Carioca", de autoria dos escritores João Carino e Diogo Cunha, publicado pela Editora Muriqui Livros.

Ao longo de 314 páginas, a dupla faz um giro pela cena musical carioca, através de movimentos e personagens de destaque. O livro começa ao som de índios dançando e batendo tambor, os primeiros caciques de Ramos, e desce até o rebolado sensual do baile funk.

Os autores também trazem novidades à história. Você sabia que "Pelo telefone" não foi o primeiro samba a ser gravado, em 1915, como reza a lenda? E que o gênero que embala os Carnavais é muito mais uma herança indígena do que negreira? Curiosidades como essas são detalhadas na obra de João Carino e Diogo Cunha.

"O livro é fartamente ilustrado, com imagens raras, algumas até inéditas, de nomes que fizeram a história da música na cidade, de Pixinguinha ao DJ Marlboro", ressalta Carino.

Existe esperança para a música nascida em solo carioca? Os autores apostam que sim. A prova são os versos de Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc e Moacyr Luz: "Brasil, tira as flechas do peito do meu padroeiro, que São Sebastião do Rio de Janeiro ainda pode se salvar".

Apresentador de um programa de choro na rádio MEC e produtor de CDs de artistas como Chico Buarque, Ivan Lins e Beth Carvalho, Carino confessa que não foi seu prato predileto escrever o capítulo sobre o funk carioca, usualmente alvo de preconceito dos ditos "puristas da música". O livro, portanto, sugere uma viagem pelos gêneros que fizeram história na cidade, tenham eles certidão de nascimento lavrada ou não nos cartórios de São Sebastião do Rio de Janeiro.

"Geografia da Música Carioca" traz ainda histórias de canções, seus principais compositores e intérpretes, lendas e curiosidades. E a tal polêmica sobre o primeiro samba gravado? "A mesma gravadora Odeon que registrou ‘Pelo Telefone’ em 1916, já havia registrado uma série de discos, entre 1912 e 1914, com músicas identificadas como sambas. Os registros não param por aí: há gravações lançadas anteriormente a 1916 tais como ‘Samba do Urubu’, com o Grupo do Louro, ‘Samba do Pessoal Descarado’, com o Grupo dos Descarados", listam os autores.

"Não se pode concluir qual foi o primeiro samba gravado, mas podemos afirmar que, com sucesso de "Pelo Telefone", o samba recebeu uma certidão de nascimento", afirma Carino.

João Carino

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O escritor João Carino atuou durante toda sua carreira como produtor musical, contribuindo com programas de televisão e trabalhando ao lado de diversos artistas do cenário musical brasileiro. Uma de suas principais produções, ao lado de Hermínio Bello de Carvalho, em 1996, foi o CD "Chico Buarque de Mangueira", lançado pela gravadora BMG.

Produziu pela Niterói Discos os CDs de Marcio Proença, Marcos Lima e "Ismael Silva ao vivo em Niterói", com Jards Macalé, Dalva Tores, Cristina Buarque e Délcio Carvalho.

Em 2010, produziu o evento "Noel Rosa, Poeta da Cidade", participando também como palestrante ao lado de Julio Diniz e André Diniz.

Diogo Cunha

Diogo Cunha é fluminense de Niterói e pesquisador de música popular. Coordenou a publicação do Almanaque do compositor Monarco, de João Baptista M. Vargens. Diogo é coautor, com André Diniz, dos livros "Nelson Sargento, a mais alta patente do samba" e "República cantada: história e música popular". Coordenou também a publicação de Monarco, a soberania do samba, de João Baptista M. Vargens.


Serviço

Noite de Autógrafos
Obra: "Geografia da Música Carioca"
Autores: João Carino e Diogo Cunha
Data: Quinta-feira, 09 de abril de 2015
Horário: 19h
Classificação Etária: Livre
Evento gratuito

Teatro Municipal de Niterói
Rua XV de Novembro 35, Centro
Tel: (21) 2620-1624


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Publicado em 01/04/2015

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