Mais uma récita primorosa nos ofereceu o correto Clube Costa Velho, na noite de anteontem, 4 de novembro de 1900, com a hilariante comédia em 3 atos de Gervásio Lobato, "O Sr. Subprefeito". O desempenho não podia ser melhor, pois que os amadores do clube têm todos os requisitos cênicos.
Costa Velho deu-nos um tipo magistral de Boulinard, velho que em tudo se mete e que sonha um genro subprefeito, embora Paulo ou Martinho, sem fazer questão de cara. O papel de Boulinard é por assim dizer três quartas partes da peça! Os demais personagens trabalham exclusivamente para ele, embora tipos episódicos bem estudados e de resultado certo.
João Serpa, foi um Paulo Bodard comme il faut, galã cômico primoroso e esteve à vontade no papel. Augusto Teixeira (Paulo Godard) encheu-nos as medidas, apresentando um naturalíssimo tipo de fino parisiense e dizendo o papel com uma felicidade inaudita.
J. Barreto apresentou-nos um major Bouligrin, tipo excessivamente malcriado, dando uma sorte única. Destacaremos ainda Arthur Pontes no papel de Emílio, proprietário do Hotel da Subprefeitura. Pontes é um amador distinto e ainda não nos desagradou em papel algum. Castro Vianna desempenhou um papel insignificante (uma ponta). Escusado é dizer que ele foi bem. Já todos nós sabemos quem é Castro Vianna em se tratando de teatro. Também tomaram parte na comédia os amadores Honório Lobo, Arthur de Albuquerque, Augusto Cruz, Arthur, Peixoto, Aristides Santos que embora desempenhando pequenos papéis, agradaram imensamente.
Resta-nos falar das amadoras, graciosas e gentis, que muito honram aos clubes Costa Velho e Riachuelense.
Olga Tavares apresentou um tipo magnífico de uma caricata, outrora criada para servir e hoje casada com Boulinard, tendo por hábito meter-se em todo o serviço doméstico e recordar-se dos tempos idos. Carmélia Tibau (Cecília) como ingênua e adorável e diz os papéis que lhe são confiados com muita graça e naturalidade. América Aguiar foi uma criada ladina e muito realce deu àquela Felismina encantadora...
Terminou o espetáculo um ato variado composto dos monólogos. 'As mulheres' e 'A Bicicleta', recitados magistralmente pelos amadores Osório Silveira e Arthur Pontes, da cançoneta 'Os Fósforos', pelo Costa Velho e da poesia dramática 'Mater dolorosa' recitada com arte e maestria pelo nosso primeiro amador Castro Vianna, glória dos nossos palcos e exclusivamente nosso.
A orquestra, sob a direção do maestro Guilherme Brito Fernandes, esteve corretíssima e deliciou a plateia com peças de primeira ordem, escolhidas com arte pelo seu digno diretor.
No dia 1º de dezembro o Clube levará à cena o importantíssimo drama Kean, no qual o Castro Vianna já conquistou um triunfo e mereceu os maiores elogios da imprensa federal.
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Publicado em 08/01/2025
Costa Velho deu-nos um tipo magistral de Boulinard, velho que em tudo se mete e que sonha um genro subprefeito, embora Paulo ou Martinho, sem fazer questão de cara. O papel de Boulinard é por assim dizer três quartas partes da peça! Os demais personagens trabalham exclusivamente para ele, embora tipos episódicos bem estudados e de resultado certo.
João Serpa, foi um Paulo Bodard comme il faut, galã cômico primoroso e esteve à vontade no papel. Augusto Teixeira (Paulo Godard) encheu-nos as medidas, apresentando um naturalíssimo tipo de fino parisiense e dizendo o papel com uma felicidade inaudita.
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Resta-nos falar das amadoras, graciosas e gentis, que muito honram aos clubes Costa Velho e Riachuelense.
Olga Tavares apresentou um tipo magnífico de uma caricata, outrora criada para servir e hoje casada com Boulinard, tendo por hábito meter-se em todo o serviço doméstico e recordar-se dos tempos idos. Carmélia Tibau (Cecília) como ingênua e adorável e diz os papéis que lhe são confiados com muita graça e naturalidade. América Aguiar foi uma criada ladina e muito realce deu àquela Felismina encantadora...
Terminou o espetáculo um ato variado composto dos monólogos. 'As mulheres' e 'A Bicicleta', recitados magistralmente pelos amadores Osório Silveira e Arthur Pontes, da cançoneta 'Os Fósforos', pelo Costa Velho e da poesia dramática 'Mater dolorosa' recitada com arte e maestria pelo nosso primeiro amador Castro Vianna, glória dos nossos palcos e exclusivamente nosso.
A orquestra, sob a direção do maestro Guilherme Brito Fernandes, esteve corretíssima e deliciou a plateia com peças de primeira ordem, escolhidas com arte pelo seu digno diretor.
No dia 1º de dezembro o Clube levará à cena o importantíssimo drama Kean, no qual o Castro Vianna já conquistou um triunfo e mereceu os maiores elogios da imprensa federal.
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Publicado em 08/01/2025