Área: 2,06 km2
População: 18.487 habitantes (IBGE 2000)

O Centro de Niterói é a região da cidade onde estão localizadas as repartições da administração pública, uma diversificada área comercial e de serviços, os principais equipamentos culturais, destacando-se, principalmente, o da travessia marítima para a cidade do Rio de Janeiro, conhecido como "Estação das barcas".

Limita-se com os bairros vizinhos de São Lourenço, Ponta D’Areia, Fátima, Morro do Estado, Ingá, São Domingos e Icaraí e é banhado em parte pelas águas da Baía de Guanabara.

O bairro reserva várias atrações de interesse turístico, de lazer, cultural e de entretenimento em geral, tanto devido a sua importância passada, como pela manutenção da grande circulação de pessoas, como o conjunto cultural Caminho Niemeyer, o Centro Cultural Abrigo dos Bondes, Jardim São João, o Paço Municipal de Niterói, o Palácio Arariboia, o Palácio São Domingos, o conjunto cívico-cultural da Praça da República (Niterói), a Praça Arariboia e o Theatro Municipal de Niterói, além de casario histórico, restaurantes e bares. Ainda, o Centro abriga os campi de três universidades sediadas na cidade (a Universidade Federal Fluminense, o Centro Universitário Plínio Leite e a Universidade Salgado de Oliveira), repartições públicas de órgãos estaduais e três shoppings centers (Bay Market, Plaza e Niterói).

Nos primórdios da colonização o Centro fazia parte da Sesmaria do Cacique Arariboia que construiu, no alto do estratégico Morro de São Lourenço, a principal aldeia de seus domínios.

Até o século XVI, a região era território dos índios tamoios. Com a derrota destes frente à aliança entre portugueses e índios temiminós de Arariboia, em 1567, a região passou para o domínio dos temiminós destes. Na época, o lugar era composto de um areal que margeava uma extensa enseada. Daí surgiu seu primeiro nome: "Praia Grande".

Boa parte do território pertencente a Arariboia ficou desocupado, facilitando o estabelecimento do colonizador. Assim começou a ocupação de São Domingos e de toda a área da Praia Grande — de onde partiam trilhas em direção ao interior, através dos vales. Nesses povoados foram construídos atracadouros onde também comercializavam-se produtos procedentes do interior e produtos que chegavam pelo mar. O relevo predominante era o de planície arenosa, com colinas suaves debruçadas sobre a Baía de Guanabara, o que facilitava a atracação de barcos e os contatos com o outro lado da baía.

A Rua Direita da Conceição, hoje apenas Rua da Conceição, é originária de uma das poucas picadas que entravam no interior da "Banda d'Além", como era chamada a região nos seus primórdios. No fim dessa via, está situada uma das igrejas mais antigas da cidade, homônima à rua, cujo primeiro assentamento se deu no ano de 1671.

Século XIX

Em 1819 Niterói foi elevada à categoria de Vila tendo São Domingos por sede. D. João VI frequentava São Domingos hospedando-se, quando em visita, num Palacete doado com esta finalidade. Mas como o lugar não comportava a edificação de prédios públicos como a Cadeia, a Câmara e o Pelourinho, a sede da Vila acabou sendo transferida para Praia Grande.

Ainda no início do século XIX, 1820, foi traçado um plano urbanístico para a área que viria a se tornar o atual Centro de Niterói. Este plano previa a construção de cinco ruas paralelas ao mar e oito perpendiculares, cruzando em ângulo reto com várias praças.

O plano urbanístico projetado pelo Juiz de Fora José Clemente Pereira, com base no levantamento do terreno realizado por um militar, e desenhado pelo pintor francês Arnaud-Julien Pallière dispunha o Centro da Vila com duas grandes praças ou largos, paralelos e equidistantes. Um ficaria na parte mais central do arraial e seria o rocio da cidade, conhecido como "Largo São João" (atual Jardim São João) e o outro, o "Largo da Memória", a atual Praça do Rink, entre o Centro da Vila e o arraial de São Domingos. No terreno, conhecido então como Campo de Dona Helena, D. João VI passou as tropas dos Voluntários Del Rey, em 1816. Desmembrado, o Largo da Memória deu origem também ao Largo do Pelourinho, onde hoje está assentado o Palácio Arariboia.

Obedecendo ao planejamento, no rocio se construiria a igreja matriz (a Catedral de São João Batista, inaugurada em 1854, na presença do imperador dom Pedro II) e a Casa da Câmara e Cadeia, construída em 1824 e demolida e substituída em 1914 pelo Paço Municipal de Niterói).

Com a implantação do serviço de barcas, Praia Grande teve a sua "ponte" de embarque e desembarque construída, juntamente com a de São Domingos. A primeira ponte localizava-se em frente à rua Marquês de Caxias, só sendo transferida para sua localização atual, na Praça Arariboia em 1835.

Quando a Cidade do Rio de Janeiro foi transformada em Município Neutro e sede do Governo Imperial, em 1834, tornou-se necessário escolher o local para instalar o Governo Provincial. Assim, a Vila Real da Praia Grande foi elevada a categoria de Cidade, denominando-se Nictheroy, passando a ser a capital da Província do Rio de Janeiro.

A importância político-administrativa deu novo impulso à região e o seu crescimento tornou-se cada vez mais visível - com a multiplicação das edificações públicas, comerciais, residenciais e também a abertura de novas ruas. No final do século XIX e início do século XX novos caminhos vieram interligar os futuros bairros de Nictheroy.


1904


Século XX

Três importantes intervenções urbanísticas mudaram o perfil da região no Século XX. Na década de 1910, a construção do Centro Cívico, no local antes denominado 'Campo Sujo'. Em 1914, o governo do Estado do Rio adquiriu o terreno e lá ergueu a Praça D. Pedro II - hoje da República - e no seu entorno, os prédios do Fórum, da Assembleia Legislativa, do Palácio da Polícia, da Escola Normal - hoje Liceu Nilo Peçanha - e da Biblioteca Estadual, essa inaugurada apenas em 1935.

Já na década de 1940, foi rasgada a Avenida Amaral Peixoto, ligando a Marques do Paraná e o Centro Cívico à Praça Arariboia. Na obra, centenas de casas e estabelecimentos comerciais foram demolidos, dando início assim à maciça ocupação do Morro do Estado.

Por fim, o Aterro da Praia Grande, projeto iniciado ainda nos anos 1940, mas só finalizado em 1978, com a inauguração da Estrada Litorânea passando pelo Gragoatá. No aterro, a cidade se expandiu ao longo do tempo, com a criação do Campus da UFF no Gragoatá, da Praça Juscelino Kubitschek, do Terminal João Gulart e do Caminho Niemeyer.








ÍNDICE DOS BAIRROS DE NITERÓI

REGIÃO DA BAÍA REGIÃO NORTE REGIÃO PENDOTIBA REGIÃO LESTE
Ponta D'Areia Ilha da Conceição Ititioca Muriqui
Centro Barreto Largo da Batalha Rio do Ouro
São Domingos Santana Maceió Várzea das Moças
Gragoatá São Lourenço Sapê
Boa Viagem Engenhoca Badu REGIÃO OCEÂNICA
Ingá Fonseca Cantagalo Jardim Imbuí
Morro do Estado Cubango Maria Paula Piratininga
Icaraí Tenente jardim Matapaca Cafubá
Fátima Viçoso Jardim Vila Progresso Jacaré
Pé Pequeno Baldeador Santo Antônio
Santa Rosa Caramujo Camboinhas
Vital Brazil Santa Bárbara Serra Grande
Viradouro Maravista
São Francisco Itaipu
Cachoeira Engenho do Mato
Charitas Itacoatiara
Jurujuba








Publicado em 14/08/2013

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Carta de Lei Nº 6 de 1835 Leia mais ...
Carta de Lei Nº 2 de 1835 Leia mais ...
Pronunciamento da Mesa do Desembargador do Paço Leia mais ...
Representação do Ouvidor da Comarca Leia mais ...
Escritura de Renúncia de Terras Leia mais ...
Auto da Posse da Sesmaria em 1573 Leia mais ...
Alvará de Criação da Vila em 1819 Leia mais ...
Símbolos de Niterói Leia mais ...