"Proseguem tambem, com grande actividade, os trabalhos de construcção do cáes de Gragoatá, executados de accordo com os ultimos progressos da engenharia moderna. Além do calçamento da rua amplamente alargada, o projecto em execução estabelece a communicação da praia de Gragoatá com a da Boa Viagem, fazendo o córte do morro e aumentando extraordinariamente o já longo percurso da nossa Avenida Beira-mar".

Assim escreveu o governador Alfredo Backer, em mensagem enviada à Assembleia Legislativa do Estado do Rio, em 1 de agosto de 1908, sobre o cais construído na orla de São Domingos e Gragoatá.

O cais de Gragoatá, todo construído de cimento armado, desde a praça Leoni Ramos, junto às oficinas da Companhia Cantareira, até o forte "Batalhão Acadêmico" ou "Gragoatá", mede a extensão de cerca de 636 metros com 2m20 de altura média, acima do nível superior das fundações, que é o da maré média, em toda a sua extensão.

As fundações de concreto, com profundidade de 1m50 e igual largura, repousam sobre rocha ou pedregulho e pedra solta, pois tal foi a natureza do terreno sempre ali encontrado.

No último trecho do cais, próximo ao forte, para tornar mais ampla a avenida, foi ele avançando sobre o mar, sendo aí a base da muralha constituída por uma camada de enrocamento de pedra de grandes dimensões, arrumadas convenientemente e com um metro de altura, mais ou menos, e respaldada com camada de concreto de 0,50 de espessura. Nesse trecho a largura das fundações foi aumentada para 2m50.

Ao longo do cais foram construídas três rampas também de concreto armado. Os melhoramentos aí constaram ainda de calçamento a paralelepípedos comuns, sobre lastro de pedra britada e areia em toda a zona compreendida entre a praça Leoni Ramos e o forte, abrangendo, portanto, as ruas Guarany (atual General Osório) e Coronel Tamarindo.

Foi também escavado em grande volume o morro que fica a cavaleiro do forte, com o fim de prolongar a avenida por traz desse forte até a praia denominada "Vermelha". Esse corte não foi terminado devido a embargos do Ministério da Guerra, embargos porém que foram suspensos ultimamente.

Foram também executados por pessoal desta Prefeitura dois jardins e um extenso gramado junto ao cais, no trecho da rua Guarany. Mais tarde, no jardim situado na parte mais larga da avenida, onde o cais em extensa curva avança sobre o mar, lugar denominado "Ponta do Bem-te-vi", foi levantado um artístico coreto para música, e que figurou na Exposição Nacional de 1908.

Foi contratante das obras do cais e da avenida o engenheiro João Duarte Junior, que iniciou o serviço em março de 1908 e o terminou em Janeiro de 1909.

Com informações da Mensagem à Assembleia Legislativa, 1910











Publicado em 25/01/2023

Bairros - Centro Leia mais ...
Despacho de Dom João VI Leia mais ...
Carta de Lei Nº 6 de 1835 Leia mais ...
Carta de Lei Nº 2 de 1835 Leia mais ...
Pronunciamento da Mesa do Desembargador do Paço Leia mais ...
Representação do Ouvidor da Comarca Leia mais ...
Escritura de Renúncia de Terras Leia mais ...
Auto da Posse da Sesmaria em 1573 Leia mais ...
Alvará de Criação da Vila em 1819 Leia mais ...