Área: 0,19 km2
População: 3811 habitantes (IBGE 2000)
O Morro do Estado, um prolongamento natural do Centro, tornou-se bairro em 1986 pela lei 4.895 de 08/11/86. Situado entre o Ingá, Icaraí e o Centro, é uma das maiores favelas da cidade em número de habitantes e em densidade demográfica. É um bairro que possui características que o distingue dos demais: a sua ocupação caracteriza-se pela forte segregação espacial em relação aos dos bairros vizinhos.
O Morro do Estado cresceu principalmente, pós-guerra dentro do processo de urbanização e metropolização da cidade, conseqüência também do caráter excludente do modelo econômico concentrador de renda acentuado no país a partir dos anos 70; da crise habitacional; do alto custo de vida; das deficiências do transporte coletivo; do desemprego e da migrações inter e intra-regionais, sobretudo do Nordeste brasileiro.
A história da ocupação da área relatada por moradores mais antigos reportam a permissões de uso da terra concedidas pelo poder público ou por proprietários privados. A medida que essa forma de assentamento alternativo foi se cristalizando, os "barracos" de madeira foram substituídos por casas de alvenaria com arquitetura própria (tendo a laje como cobertura e sem revestimento) e espacialmente desordenada. Seu crescimento se manifestou da parte baixa para a parte alta e das bordas para o interior do morro. Atualmente já encontramos alguns domicílios sob a forma de apartamentos, distinguindo-se do aglomerado subnormal.
Os anos setenta foram o período de maior incremento, principalmente em virtude da entrada de novos migrantes que procediam do próprio Estado do Rio de Janeiro. Hoje existe uma divisão social do espaço: os moradores mais antigos, geralmente de procedência nordestina, se concentram principalmente na parte voltada para a rua Padre Anchieta e arredores, onde os domicílios possuem melhor estrutura, enquanto os mais recentes ocupam as demais áreas.
Existe complexa teia de organização e normas no Morro do Estado responsável pela criação da escola de samba, do bloco carnavalesco, da associação de moradores, do conselho comunitário e de outras formas de agrupamentos sociais.
Fonte: Niterói-Bairros - Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói - 1991
ÍNDICE DOS BAIRROS DE NITERÓI
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