Área: 2,41 km2
População: 6353 habitantes (IBGE 2000)
Limita-se com as águas da Baía de Guanabara, Piratininga (Morro da Viração), São Francisco e Jurujuba.
O bairro está na enseada de São Francisco, numa estreita faixa de terra compreendida entre a orla e o Morro da Viração. Sua paisagem natural já foi bastante modificada pela ação do homem, principalmente através dos desmatamentos, das edificações, extração mineral (pedreira) e do aterro, que diminuiu o espelho d’água. No entanto, este aterro aumentou a faixa de areia e possibilitou a construção de um calçadão e a duplicação da principal via do bairro.
Estendendo-se ao longo das avenidas Quintino Bocaiúva e Carlos Ermelindo Marins, que ligam São Francisco a Jurujuba, só recentemente Charitas construiu identidade própria. Antes designava-se Jurujuba toda a região a partir de São Francisco até a entrada da Baía.
Charitas, mesmo distante do núcleo inicial de povoamento da cidade, possui relevância na história do município, merecendo destaque:
1ª - As suas terras integraram a Sesmaria dos Jesuítas e nelas foi instalado o cemitério contíguo à Igreja de São Francisco Xavier. O nome do bairro, tem origem na palavra latina charitas, que significa caridade, grafada na igreja.
2ª - Em meados do séc. XVIII foi construída a sede da Fazenda Jurujuba. Esta propriedade foi doada por um dos seus donos para o Seminário São José, do Rio de Janeiro. O prédio é tombado pelo SPHAN e conhecido como Casarão.
3ª - Em 1853, após reforma e ampliação de um prédio já existente, foi inaugurado o Hospital Marítimo Santa Isabel. O sanitarista Francisco de Paula Cândido instalou e começou a dirigir a instituição. Em sua homenagem, não só o hospital mas todas as instalações que o lugar abrigou, passaram a se chamar Paula Cândido. O Hospital foi criado para abrigar e manter isolados doentes recolhidos nos navios que aportavam na Baía de Guanabara,1 portadores de varíola, febre amarela e cólera. Pecebia também doentes das redondezas e desempenhou importante papel devido as constantes epidemias até o início do século XX.
Posteriormente o hospital foi transformado em Preventório para abrigar crianças necessitadas de isolamento de contato tuberculoso. Nas suas dependências, mais tarde, foi estabelecida a Escola de Enfermagem e o Educandário Paula Cândido (FEEM).
4ª - Na década de 40, foi criado no bairro um campo de pouso para aviões monomotores, os Teco-Tecos. No Aeroclube de Niterói eram ministradas aulas de pilotagem e de lá se partia / chegava para pequenas viagens ou excursões aéreas.
5ª - A praia de Charitas, com suas águas calmas, era utilizada por famílias vindas de diferentes pontos da cidade e de outros municípios (muitos vinham de caminhão) para o lazer domingueiro. Piqueniques eram realizados à sombra das árvores existentes.
6ª - Em Charitas foram construídos outros dois hospitais: um psiquiátrico, conhecido como Hospital de Jurujuba; e o Hospital da Associação dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (ASPERJ).
A expansão urbana ocorrida em Niterói custou atingir Charitas. A tranquilidade do bairro só era interrompida por veículos que trafegavam em direção à Jurujuba, ou por eventuais explosões na pedreira até hoje explorada.
Com a crise econômica e o processo de metropolização, aparece em Charitas uma área de favelização ainda em crescimento, o Morro do Preventório.
1 — Outrora existiu um viaduto que ligava a ponte de atracação diretamente ao Hospital.
Fonte: Niterói-Bairros - Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói - 1991
ÍNDICE DOS BAIRROS DE NITERÓI
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