Deu início ao imponente ato, Olga Parreiras Ferreira da Silva, filha do pintor que, a convite do prefeito, descobriu o busto da bandeira que, até então, o envolvia.
Usou da palavra nesse momento para interpretar o pensamento do povo de Niterói, o Dr. Olavo Guerга, presidente da Câmara Municipal, que numa oração formosa e eloquente, exaltou os méritos do excelso mestre da arte brasileira, afirmando que a homenagem a ele prestada, estava bem longe de corresponder aos inestimáveis serviços que Antonio Parreiras, o príncipe da pintura indígena, tem prestado e vem prestando ainda, mercê da sua energia sempre jovem, à terra que o víu nascer.
A seguir usou da palavra em nome da mocidade estudiosa fluminense e também para interpretar o sentir de seus colegas da Escola de Belas Artes, o talentoso acadêmico, Francisco Bittencourt Junior, aluno da Faculdade de Direito de Niterói. Entre as suas formosas expressões, teve o acadêmico oportunidade de sugerir uma idéia que foi recebida sob expressivas aclamações da multidão: propôs ele aos representantes do povo ali presentes que, interpretando o verdadeiro sentir da gente fluminense, dessem àquela praça o nome de Antonio Parreiras.
Por último falou Antonio Parreiras para agradecer. Sua oração, repassada de profunda emotividade, foi lida sob forte comoção, tão intensa que, de quando em vez embargava-lhe a voz. Afirmou receber naquele momento - o mais feliz da sua vida - a definitiva recompensa dos seus - a seu ver - insignificantes serviços que acaso poderia ter prestado à terra fluminense, para terminar pedindo ao Prefeito, fosse ele o interprete da sua imperecível gratidão.
Terminada a solenidade, Parreiras convidou as autoridades, munícipes e pessoas gradas a uma visita ao seu atelier, sendo nessa ocasião, em sua residência, oferecida, às pessoas presentes, enquanto contemplavam os lavores da sua arte incomparável, uma taça de champagne. Franqueado que foi ao público, após às 6 horas da tarde, o seu atelier recebeu até às 10 horas da noite, crescido número de visitantes.