Capítulo 51 da Série "A Niterói que eu vi e a que viram meus avós", de Romeu de Seixas Mattos
A posse no governo fluminense, perante à Assembleia Legislativa, do Dr. Feliciano Pires de Abreu Sodré, no dia 23 de dezembro de 1923, fez cessar o período de intervenção federal a que o Estado do Rio esteve submetido, desde 11 de janeiro daquele ano.
Estabelecida a volta ao regime legal foi reformada a lei eleitoral atingindo também a Prefeitura Municipal de Niterói, de forma que sucessão do 13° Prefeito - Dr. Homero Brasiliense Soares de Pinho - fosse realizada por eleição e não mais por nomeação, como vinha sendo feita.
Sendo assim, foi o Dr. Villanova Machado eleito pelo sufrágio direto do eleitorado niteroiense para suceder ao Dr. Homero Brasiliense Soares de Pinho, ocupando o décimo quarto lugar na relação de prefeitos de Niterói; foi o primeiro a ser (ilegível) escolhido pelos eleitores da cidade, devendo seu mandato terminar em dezembro de 1927.
No seu discurso de posse, em 24 de Junho de 1923, disse o Dr. Villanova Machado que, para aceitar sua indicação ao cargo de Prefeito de Niterói, estabeleceu quatro condições que haviam sido inteiramente aceitas, sendo a principal a de que o Estado perdoaria a dívida do município; se isso conseguimos consideraria o maior serviço prestado à cidade, ainda mesmo que outros não pudesse proceder, durante sua gestão.
Disse mais que aceitaria o cargo sem compromissos de qualquer espécie, e que iria governar o município visando unicamente ao bem da coletividade e que no seu modo de entender, os governos, deviam ser impessoais. Se havia dívida, por maiores que fossem, não lhes cumpria indagar de como foram feitas, mas, apenas, se foram autorizadas em lei, e pagá-las. "O comércio quando vendo o faz sempre de Boa-fé".
O discurso de posse do Dr. Villanova Machado não agradou aos seus correligionários nem aos seus adversários políticos.
Os correligionários queixavam-se de que o prefeito tinha força política dada pelo Sr. Sodré contra o partido e contra o próprio Presidente Sodré, o qual se comprometera a não lhe fazer qualquer pedido político, sendo essa uma das quatro condições impostas pelo Dr. Villanova para candidatar-se; os adversários achavam que essa declaração de visar unicamente ao bem-estar coletivo era um golpe de efeito político.
Publicado originalmente em O Fluminense, em 5 de outubro de 1975
Pesquisa e Edição: Alexandre Porto
Na imagem de capa, Feliciano Sodré (Revista da Semana, janeiro de 1923)
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Publicado em 12/11/2024
A posse no governo fluminense, perante à Assembleia Legislativa, do Dr. Feliciano Pires de Abreu Sodré, no dia 23 de dezembro de 1923, fez cessar o período de intervenção federal a que o Estado do Rio esteve submetido, desde 11 de janeiro daquele ano.
Estabelecida a volta ao regime legal foi reformada a lei eleitoral atingindo também a Prefeitura Municipal de Niterói, de forma que sucessão do 13° Prefeito - Dr. Homero Brasiliense Soares de Pinho - fosse realizada por eleição e não mais por nomeação, como vinha sendo feita.
Sendo assim, foi o Dr. Villanova Machado eleito pelo sufrágio direto do eleitorado niteroiense para suceder ao Dr. Homero Brasiliense Soares de Pinho, ocupando o décimo quarto lugar na relação de prefeitos de Niterói; foi o primeiro a ser (ilegível) escolhido pelos eleitores da cidade, devendo seu mandato terminar em dezembro de 1927.
No seu discurso de posse, em 24 de Junho de 1923, disse o Dr. Villanova Machado que, para aceitar sua indicação ao cargo de Prefeito de Niterói, estabeleceu quatro condições que haviam sido inteiramente aceitas, sendo a principal a de que o Estado perdoaria a dívida do município; se isso conseguimos consideraria o maior serviço prestado à cidade, ainda mesmo que outros não pudesse proceder, durante sua gestão.
Disse mais que aceitaria o cargo sem compromissos de qualquer espécie, e que iria governar o município visando unicamente ao bem da coletividade e que no seu modo de entender, os governos, deviam ser impessoais. Se havia dívida, por maiores que fossem, não lhes cumpria indagar de como foram feitas, mas, apenas, se foram autorizadas em lei, e pagá-las. "O comércio quando vendo o faz sempre de Boa-fé".
O discurso de posse do Dr. Villanova Machado não agradou aos seus correligionários nem aos seus adversários políticos.
Os correligionários queixavam-se de que o prefeito tinha força política dada pelo Sr. Sodré contra o partido e contra o próprio Presidente Sodré, o qual se comprometera a não lhe fazer qualquer pedido político, sendo essa uma das quatro condições impostas pelo Dr. Villanova para candidatar-se; os adversários achavam que essa declaração de visar unicamente ao bem-estar coletivo era um golpe de efeito político.
Publicado originalmente em O Fluminense, em 5 de outubro de 1975
Pesquisa e Edição: Alexandre Porto
Na imagem de capa, Feliciano Sodré (Revista da Semana, janeiro de 1923)
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Publicado em 12/11/2024